sábado, 28 de junho de 2008

Parecer sobre o amor (que se modernizou)

O amor hoje quase nem tem valor,
se comparado ao preço de outras coisas.
Na sociedade vale a pena pagar pelo caro.
Moral, por exemplo, vale tanto que nem sobra troco pro amor,
mas assim você terá uma boa posição.
Amor quase não é considerado,
vale nada se você quiser ter boas aparências.
Pois essa sim, vale algo pra te manter ao menos nos lugares respeitados.
Tá tão desvalorizado que se descarta um aqui
e logo se consegue outro ali
e sem remorso,
afinal a dor passa assim que você pagar a conta do preço das coisas ditas essenciais.
Não tem jeito, lhe disseram que tem pagar à primeira vista.
Você nem vai querer se preocupar como que abandonou as paixões...
Tem que ir em frente, correr atrás dos compromissos,
das coisas que valem a pena quando você será reconhecido,
dizem que até recompensado,
pelo esforço.
Ou talvez tudo seja apenas um subterfúgio para se esquecerem o quanto são covardes ao amar...

( De meados de 2007 e revisto em meados de 2008, só podia ser... )

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Um pensamento alheio, bem próximo

"...a cotidianidade seria o principal produto da sociedade dita organizada, ou de consumo dirigido, assim como sua moldura, a modernidade." (Henri Lefèbvre in A vida cotidiana no mundo moderno)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Janelas da percepção mundana

Janela para a paixão (platônica)

Abro portas, fecho-as em seguida
Debruço sobre a janela
Inclino o corpo como quem vai saltar
Mas somente observo a passagem do quotidiano
E atentamente, em cada minúcia
Como a beleza duma moça distante: encanto-me e nada mais
Num monento me perco, pois ela é incógnita
Mas ela também passa sem rumo, ou para meu breve deleite
De que me serve apreciar tantas sutilezas, quando não as entendo ??
E vai passando, deixando-me com o peito atravessado sem esperança

Janela fechada para Platão

Mas, instante após sumir de minha vida, sonho algo real
Ela abre a porta de minha morada em sua cara limpa
Assim é tão bela
Despe-se, sem hesitar, numa admirável nudez
Que, sem temor, amo
Fixamente em olhos
Sinceramente
Envolventes