terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Convite

Vamos fingir que está bom
Fingir que estamos bem
Que vivemos descompromissados
Descartando tanta coisa
Tanta mesmice
Mesmos assim
Assim sempre
Sempre fingindo que vamos

sábado, 6 de dezembro de 2008

Onde se cega

Bloco cilíndrico alvo
Sepulta um zumbi pálido
Vigiado até em distantes lugares
Devendo permanecer fixo como corpo neutro imponente
Enquanto é escuro de podre por dentro
E inacessível de tão frio

Mancha de sangue que jorra dele
Último sinal vital convidativo
Da arte que tenta correr presa entre dois muros
Loucura no ar das salas tortuosos
Chão fétido de poeira cotidiana
Entrem e saiam como mesmos

Imóvel
Não morre
Muito menos vive
Sem exaltar
Indiferente que cala as diferenças
Sem êxito
Esconde o fracasso da futilidade
Em seu próprio nome
Prossegue
Sem êxtase