domingo, 26 de junho de 2011

Movimento

Não adianta enraizar, árvores não dançam
Não vou enraizar, árvores não se levam pela brisa
Não adianta enraizar, árvores não fazem sexo com fogo
Não vou me fincar por aqui, neste solo carente de outra cultura

Preciso ir lá. Lá, lá, lá.
Onde chove com Sol & Lua
Onde se canta sem saudade
Onde os gritos dos que amam soam pelas ruas
E se chora sem rancor

Vou lá onde sou rocha e a lava dança nas entranhas
Amolecendo a dureza tragada dos fracassos diários
Me derretendo junto com outros aventureiros
Enrubescendo pelo calor a ponto de explodir
Sempre indo nesse fluxo que move o calor interno, de um lado para outro
Eu irei prá lá e depois tem outro lá também

Preciso ir lá. Lá, lá, lá.
Onde chove com Sol & Lua
Onde se canta sem saudade
Onde os gritos dos que amam soam pelas ruas
E se chora sem rancor

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Escritos de Maio - O Quarto

O Quarto

A conexão entre meu quarto e todo o mundo é a minha cabeça. Ou uma tela iluminando suavemente todos seus cantos: assim se revela a minha situação dentro de meu quarto. Assim é revelado parte de mim, até então imperceptível pela cegante luz branca. Foi a luz azulada e gentil junto da cálida amarela vinda ad rua que revela quem sou, sinto-me aconchegado em mim. E talvez seja assim todos outros quartos, mas cada um revelado peculiarmente: uma transa seria algo interessante, uma noite de insônia ou o choro pela beleza perdida.

Os quartos não pertencem ao mundo, pertencem somente aos seus donos, mas neles encontramos fragmentos da humanidade, da natureza, do universo, dos sentimentos, dos pensamentos, da memória e do vivido, nele crescem sonhos que virão a ser ou serão somente descartados. Ele é o lugar nenhum que muitos antropólogos anunciam, não há função alguma para o mundo a para nós funciona como um novo ventre (a hora do banho também é, depois explico) criado por nós mesmos do jeito que somos.