quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mais um trecho de algo a mais que escrevi

(Parte Única – As abstrações que serão guardadas na memória)


Nestes dias desta semana achei que estava cansado, possível que estivesse (na verdade sei bem porque estava cansado, era cansaço de te esperar, você quase não apareceu, era cansaço de tanto querer trocar uma palavra contigo; eu não tenho paciência, venha e vamos logo! E o fato de você ir, esse desligar tão rápido me incomoda, se estivesse com você e fossemos juntos e nos desligássemos juntos seria um prazer maior! Vem ouvir esse jazz incessante comigo, vem.). Agora, neste momento, sei que não estou mais e estou bem desperto às possibilidades que me dou. Ninguém pode dar possibilidade a mim, sou eu que as concebo; fracassadas ou acertadas, são todas de minha autoria. Nesta hora e nas que seguem não há nenhuma outra afável companhia de olhos bem abertos para a luz da lâmpada que retarda a entrança para o mundo de dentro. Fico olhando o fora, quero flutuar, nem sinto meus pés no chão. Quero estar atento, mesmo atordoado. É por isso que vivo a madrugada. Nesta hora que muitos descansam seus corpos em cama não há nada que eles me darão. Dou a mim meus anseios, são tantos, são vários, há muito que se viver, fico desperto à isso enquanto outros se recolhem seus leitos. E a noite bota o cotidiano para descansar em sua ignomínia para sonhos hipócritas que partirão para a simples recordação em uma memória estufada de irreversibilidade.
Descobri alguns segundos atrás que não é cansaço, mas sim uma preguiça atordoante. (Assim conclui em sua ausência. Você sempre vai tão ligeiramente e nunca é certo quando volta. E você se foi novamente.)
Eu estou tentando não ficar cansado, eu realmente estou. Mas somente o jazz me mantém animado, a qualquer momento que o ouça. Porém ele está longe do que eu queria. Está mais próximo de um entorpecente do que da certeza da vida. É o jazz que eu ouço, é o meu jazz que fica entre o meio termo entre a conformação e a revolta, ainda longe da vida nas ruas com os amigos. Não tem me trazido nada além da curtição sonora que me leva a escrever vez em quando. E isto não alivia o tédio. Isto não tem trazido absoltamente nada, assim como o vicio não traz nada ao drogado. Aí é fácil se cansar como alguém que tomou um baque daqueles de ficar horas largado ao chão. O fato é que tenho odiado ficar cansado. Sem agitação. Sem paqueras. Sem as ruas. Sem os amigos. E só em meu lugar a ouvir o jazz, somente o jazz para me fazer esquecer o porre que é estar quieto em meu lugar. O porre que tem sido não haver uma banda nova na cidade, alguma que mandasse as bandinhas de hobby e seu roquinho baba de quiabo às favas, para ressurgirem metais & sopros embriagantes. Sim, creio que a falta de jazz nestes cantos tem me desanimado. E o cansaço não se vai com desabafos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Canto do Orgulho

Estou orgulhoso do amor
não do meu amor
Mas de todos os amores
de todas as nuvens
e da luz que por elas penetram
e aquece os corações
que da terra se elevam aos céus

Estou saciado pelo prazer
não do meu prazer
Mas o de todos
que a cada dia abraçam novos e velhos companheiros
Como sempre se conhecessem
Como se sempre tivessem os corpos unidos

Então sorrio
não só pra ti
Mas para todas e pra mim
para dizer com sinceridade
que vivo e amo
a terra em nosso corpos
e os céus, para aonde além iremos

Apego

Quero ser livre
andar por aí
até te encontrar
e ter você em meus braços

Não quero deixar nada para trás
nem você
Não quero ver novas velharias
basta ver você
Não quero fugir
quero pegar tua mão e sair gritando por aí
Não quero uma nova vida
quero é a nossa

Entretanto te amar não foi o bastante
Deste ponto em diante todo o sacrifício perde seu sentido
neste suicídio
Não há muletas que me sustentem
só você