quarta-feira, 15 de junho de 2011

Escritos de Maio - O Quarto

O Quarto

A conexão entre meu quarto e todo o mundo é a minha cabeça. Ou uma tela iluminando suavemente todos seus cantos: assim se revela a minha situação dentro de meu quarto. Assim é revelado parte de mim, até então imperceptível pela cegante luz branca. Foi a luz azulada e gentil junto da cálida amarela vinda ad rua que revela quem sou, sinto-me aconchegado em mim. E talvez seja assim todos outros quartos, mas cada um revelado peculiarmente: uma transa seria algo interessante, uma noite de insônia ou o choro pela beleza perdida.

Os quartos não pertencem ao mundo, pertencem somente aos seus donos, mas neles encontramos fragmentos da humanidade, da natureza, do universo, dos sentimentos, dos pensamentos, da memória e do vivido, nele crescem sonhos que virão a ser ou serão somente descartados. Ele é o lugar nenhum que muitos antropólogos anunciam, não há função alguma para o mundo a para nós funciona como um novo ventre (a hora do banho também é, depois explico) criado por nós mesmos do jeito que somos.

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