quinta-feira, 10 de julho de 2008

Não-lugar

Em um lugar, e em nem um outro
Longe de cabeças girando incompreensíveis
Nossas esperanças se libertam

Sem palavras (nos lábios)
Sem gestos (talvez um beijo)

Não nos apaixonamos por máscaras produzidas em série
Somos olhos sinceros, disfarçados em luzes de postes
Linhas retas, algumas esquinas, calçadas e asfalto
Nada digno de se andar com pés nus

Não há o que dizer (ouço a cidade murmurando)
Não há o que tocar (seus muros são frios)

Aqueles que ficam
Esperando a morte embaixo dos lençóis
Com pipoca e solidão
Até o sol amanhecer em mais um cotidiano
Saiam e admirem a lua
Não a encontre em noites escuras, desesperem-se
Chorem ao vê-la iluminar o que era invisível
E durmam em paz nas férias

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