sexta-feira, 30 de abril de 2010

Revisitando o fim da infância (sei que todos lembram muito bem dela)

Prólogo ao Fim da Infância (uma apresentação geral em forma de poema)

No fim da infância era tudo mais simples,
todos já sabiam que havia um mundo a encarar, regras que haveriam de ser seguidas,
noites sendo vividas à luz e à sombra, havia entorpecentes e prazeres fartos
e tantos deuses encarnados e somente um para não crer em fé
assim, não havia quem dissesse o que ser feito
e a liberdade era tão primitiva...



Sobre as mentiras (ouvidas na infância): A voz do cão sob este sistema de Babilônia

Sobre o relógio nosso de cada dia

Não, meu filho. O dia não tem 24 horas. E aquele seriado também não. Medir a natureza com instrumentação tão abstrata nunca revela verdade alguma: são só as leis humanas sobre uma idealização cotidiana, para fim de sustentá-la em sua árdua tarefa do trabalho – haja vista que é ilusão e o rico só sua quando corre no seu cúper. Nos fins, para deixar entendido, fica esclarecido que só a natureza sabe quanto tempo tem, terá e teve; então eu também não sei quantas horas tem o dia, mas sei que horas são.

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