quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Trecho de algo a mais a escrever

(Parte Única – As abstrações que serão guardadas na memória)

Nestas províncias até as máquinas são abusadas, mas não pela exaustão, antes pelas crenças que os valores deste lugar hão de construir algo, mas não vão além do que sempre se crê, do que é dado como certo e assim sempre será - talvez venha daí a religiosidade desta cidade. Não poderia lhe encaixar tão bem algo tão medieval. Medievalmente positivista, sempre uma coisa de cada vez, sempre ligado a um caminho para o sucesso, o positivo, o acrescentar incessante, acrescentando somente as coisas valorosas para o próximo movimento de extrema utilidade para o sucesso.
E se tudo isso for ideológico, devo dizer que é o mais fracassado dos sistemas. E tudo aqui seria tão carregado de malditos símbolos forjados no provincianismo paulista.

Quando escrevo é como se a última herança deste mundo estivesse se desfazendo, um mundo que finalmente se esvai e agora estamos todos bem para viver, agora temos outros sentidos para descobrir novos significados onde símbolo algum nos denegrirá. Mas aí olho em volta e tudo volta a ser extenuante pois nada mudou, mas há algo que já não é mais em mim, algo que está para ser quando ando nas ruas noturnas. Preciso sair daqui, doar todo para a caridade, tudo o que eu preciso é um tostão por dia.

E as horas da madrugada esvaem-se, ao tocar do relógio desesperadamente calmo, pois nem ele agüenta ser tão abusado pelo cotidiano; justo ele, que tem o tempo em seus braços.

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