Estou em casa calmo, digo, entediado imaginando o que pode haver lá fora. Abro a janela do quarto me distraindo com a luz vermelha em cima dum prédio que quando criança sonhava estar cercado, mas hoje observo a novidade surpreso (penso que diabos um prédio por aqui). Então olho o asfalto, pois o que há de importante nesse ainda esqueleto de concreto ?? Nada... Mas o asfalto está quase seco pelo vento frio e não tenho meu cenário urbano favorito, os postes estão iluminando inutilmente uma tela preta... Pobres desses corcundas solitários que não agüentam o peso da luz e se curvam um pouco tentando ser úteis mostrando a rua pra quem quiser passar.
Acho que saí da linha, era pra escrever sobre os amantes que se esquentam debaixo da garoa fina, mas não tem garoa, tem a matéria escura fria e seca que vai esquentar só com o sol de amanhã se não nublar. Sem garoa, sem inspiração pra inventar algo batido que, em verdade, está escondido no coração de um cara que acredita que isso era coisa de adolescente... Cara chato que pensa assim só porque está solitário sem seu quarto (ironicamente um cenário rotulado adolescente).
Já que não tem volta (melhor, já que tenho que imaginar algo como dois amores na rua nesse frio acalentados pelo amor, ou paixão ou algo assim), como poderia desenvolver uma boa história pra esse casal ?? Algo não clichê então, nada de reconciliação, nada de despedidas, nada dos instantes antes de fugirem de casa e nada, diria absolutamente sem chance, de coisas pervertidas como irmãos que se amam (ou tem apenas desejo um pelo outro, mas confundem tudo com o amor familiar, sei lá) ou coisa impossível graças a hipocrisia, talvez até mesmo dos amantes (poderia ter como cenário uma cidadezinha) e outros problemas que podem dar uma boa novela... Acho que não há nada o que se criar pra esse amantes, já inventaram tudo. Deve faltar viver essas aventuras, então deixo que eles vivam como quiserem qualquer roteiro inovador ou só róliudiano.
Nossa !! É isso cara !! Genial !! Veja, você é o primeiro a dar liberdade total para duas personagens para que escolham a história que quiserem !! UAU !!
Hmmm... Não não !! Isso tudo mundo (raros caso que contrariam a regra) já faz na vida real !! Não tenho mérito algum, ainda mais que matei essa ficção (poderia ser bela, imagino) usando o cotidiano imprescindível !! Sem destino arranjado ou provação ou lições ou premiação da crítica. Acabei por fazer um mundo fechado ser jogado à existência !! Acho que tive uma atitude : apunhalei um devaneio romântico com a afiada realidade !!
Não há volta para o que pretendia, mas não é um ponto final !! Não é mais uma ficção, nem realidade !! Quem sabe seja imaginação ou imagem em ação... Algo que sai de mim e se joga no mundo.
Infeliz asfalto seco que não resiste ao congelante vento !! Por que não choves agora minha amiga ?? Por que estes terrenos estão tão valorizados hoje acabando com minha visão da cidade e seu horizonte quando constroem mais e mais andares ?? Ah, se existisse uma história onde tudo isso fosse respondido !!
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
O Interior (em demorada construção)
Esboço para "Apresentação"
Uma cidade pequena, não adianta querer vê-la com outros olhos
Revela sua pequenez de todos seus ângulos
Mesmo com a intenção, orgulho na verdade, de seus habitantes de fazê-la algo além, como que para longe
Pois nem eles são hipócritas, talvez idiotas, de quererem ela grande
Pequena do jeito mais simples possível
Mesmo com suas atmosfera, forçadamente, enigmática
Ou a pretensão de ser metáfora para alma humana, afinal algumas são crentes demais que são um rebanho
Ovelhas no tédio da grama de cada dia, ou de cada missa
Cada um de seus cidadãos têm medo de viverem uma mentira
Por isso não se entregam à paixão, preferem crer no amor
Não que seja uma verdade à qualquer um que ouse o invocar, mas crêem que é infinitamente nobre que o dito efêmero fogo
Mas vão em frente com o nome dele, seguem formando sua família depois de um bem remunerado bom emprego
Assim é, para eles, o alicerce... Pena que todos acabam se acomodando à sombra da árvore frutífera do quintal
E lá ficam pra sempre... Dizendo amém à essa interminável eternidade longe do círculo de outras existências
"Noites Interiores" (ou ...Interioranas ou ...do Interior) - Fragmentos da parte "Desilusão"
(Garotas do Interior, versão revisada)
Há algum silêncio no interior das garotas
Como camponesas ao vislumbre
Dum príncipe com um cavalo
Algo nos olhares profundos
Que se esconde ao menor toque
Suspiros ocultam mistérios
Cujo prazer é velado
Olhares mistificadores
Paralisantes
Impenetráveis
Destruidores de simples realidades
Imersos em devaneios
Emersos das tradições familiares
(Réquiem das noites)
Não há noites intermináveis
Somente o silêncio das ruas
Não há diversão
Somente prudência
Não há o que se revelar ao luar
Muito menos as fantasias que ninguém ousa
Não nesta noite!
Não estão permitidos os gemidos
Vela-se os prazeres
Em todo o silêncio
(Sem destino)
Eles e elas
Elas ou eles
Todos queriam amar
Na distração de mais um trago
Na ilusão de alguma redenção
Sempre um sonho longe de casa sem rumo
Mas nunca haverá liberdade
Em meio à insanidade (da vida familiar)
Uma cidade pequena, não adianta querer vê-la com outros olhos
Revela sua pequenez de todos seus ângulos
Mesmo com a intenção, orgulho na verdade, de seus habitantes de fazê-la algo além, como que para longe
Pois nem eles são hipócritas, talvez idiotas, de quererem ela grande
Pequena do jeito mais simples possível
Mesmo com suas atmosfera, forçadamente, enigmática
Ou a pretensão de ser metáfora para alma humana, afinal algumas são crentes demais que são um rebanho
Ovelhas no tédio da grama de cada dia, ou de cada missa
Cada um de seus cidadãos têm medo de viverem uma mentira
Por isso não se entregam à paixão, preferem crer no amor
Não que seja uma verdade à qualquer um que ouse o invocar, mas crêem que é infinitamente nobre que o dito efêmero fogo
Mas vão em frente com o nome dele, seguem formando sua família depois de um bem remunerado bom emprego
Assim é, para eles, o alicerce... Pena que todos acabam se acomodando à sombra da árvore frutífera do quintal
E lá ficam pra sempre... Dizendo amém à essa interminável eternidade longe do círculo de outras existências
"Noites Interiores" (ou ...Interioranas ou ...do Interior) - Fragmentos da parte "Desilusão"
(Garotas do Interior, versão revisada)
Há algum silêncio no interior das garotas
Como camponesas ao vislumbre
Dum príncipe com um cavalo
Algo nos olhares profundos
Que se esconde ao menor toque
Suspiros ocultam mistérios
Cujo prazer é velado
Olhares mistificadores
Paralisantes
Impenetráveis
Destruidores de simples realidades
Imersos em devaneios
Emersos das tradições familiares
(Réquiem das noites)
Não há noites intermináveis
Somente o silêncio das ruas
Não há diversão
Somente prudência
Não há o que se revelar ao luar
Muito menos as fantasias que ninguém ousa
Não nesta noite!
Não estão permitidos os gemidos
Vela-se os prazeres
Em todo o silêncio
(Sem destino)
Eles e elas
Elas ou eles
Todos queriam amar
Na distração de mais um trago
Na ilusão de alguma redenção
Sempre um sonho longe de casa sem rumo
Mas nunca haverá liberdade
Em meio à insanidade (da vida familiar)
domingo, 6 de janeiro de 2008
A tentativa de assassinato do Domingo pela Televisão
Maldita televisão, graças a ela os domingos nunca mais foram os mesmos.
Não conseguiu matar o domingo, mas o amaldiçoou com os programas de auditório, percebe-se isso só de ver um sorriso tolo, longe de ser uma verdadeira expressão, de quem vai ganhar um dinheiro transcendendo o estúdio para estampar-se mecanicamente naqueles que assistem passivamente. De fato, isso foi a mais inútil inovação televisiva.
Mas além dessa novidade a verdade é ela quem contribui para a mesmice dominical. Mesmo assim até penso que talvez nem somente ela seja culpada quando milhares resolvem colar a bunda num acento e assistir tudo o que se pode ver ao vivo lá fora da sala: qualquer competição esportiva, digo futebol, ou uma celebração religiosa, quero dizer missa... Considerando que tais coisas também têm seu crédito no deprimente dia sagrado de descanso, mas acho que antes de serem televisadas (não televisionadas) deviam ser mais interessantes.
A sagacidade daqueles que sacaram isso é tão incrível que logo a televisão passou a te levar a qualquer lugar do planeta ou do centro da sua cidade sem você ter que se arriscar nas ruas, o que não convém a um bom cidadão cristão. Também lhe dão toda aquela adrenalina que suas supra-renais nunca expeliram nas corridas de Formula 1 ou qualquer esporte radical já televisado... Aí está a grande tirada que lhes falei: o ócio em potencial do domingo, ou sua monotonia, é a deixa para certas mentes lucrativas televisarem tudo o que poderia ser vivido intensamente no que viria ser um extraordinário dia sagrado de descanso, mas hoje deprimente quase moribundo.
"Whats's pensas?"
Não conseguiu matar o domingo, mas o amaldiçoou com os programas de auditório, percebe-se isso só de ver um sorriso tolo, longe de ser uma verdadeira expressão, de quem vai ganhar um dinheiro transcendendo o estúdio para estampar-se mecanicamente naqueles que assistem passivamente. De fato, isso foi a mais inútil inovação televisiva.
Mas além dessa novidade a verdade é ela quem contribui para a mesmice dominical. Mesmo assim até penso que talvez nem somente ela seja culpada quando milhares resolvem colar a bunda num acento e assistir tudo o que se pode ver ao vivo lá fora da sala: qualquer competição esportiva, digo futebol, ou uma celebração religiosa, quero dizer missa... Considerando que tais coisas também têm seu crédito no deprimente dia sagrado de descanso, mas acho que antes de serem televisadas (não televisionadas) deviam ser mais interessantes.
A sagacidade daqueles que sacaram isso é tão incrível que logo a televisão passou a te levar a qualquer lugar do planeta ou do centro da sua cidade sem você ter que se arriscar nas ruas, o que não convém a um bom cidadão cristão. Também lhe dão toda aquela adrenalina que suas supra-renais nunca expeliram nas corridas de Formula 1 ou qualquer esporte radical já televisado... Aí está a grande tirada que lhes falei: o ócio em potencial do domingo, ou sua monotonia, é a deixa para certas mentes lucrativas televisarem tudo o que poderia ser vivido intensamente no que viria ser um extraordinário dia sagrado de descanso, mas hoje deprimente quase moribundo.
"Whats's pensas?"
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Aurora de 2008
O ano de 2007, o ano das provações, infortúnios, mudanças, desejo de experimentar novas sensações, de adquirir vícios, de não encontrar respostas, especular sobre mim de cabeça erguida pra seguir em frente e outras horas abaixada refletindo ou mergulhando na depressão.
Não que nos anos anteriores não fosse assim, mas em 2007 foi tudo mais intenso além da força que pensei que tinha, logo, em muitos momentos apenas fiquei paralisado, qualquer ação que tomava parecia inútil e muitas foram. Experimentei certos limites que não sei a sua origem, enquanto outros estão muito claros sua existência.
Foi o ano de ir contra quem sou, foi o ano de descobrir que não sou completo ou fixo como um Deus. Sou humano, flexível, vulnerável, em constante mudança, não há como definir o que sou, não sou feito, sou até minha morte e além dela um ser em formação.
Finda 2007.
A passagem para 2008 foi a melhor de minha vida. Passei-a fora de casa junto com os amigos, como há muitos anos desejava e, até misteriosamente, teve uma cena simbólica. Refiro-me a um amigo cuja namorada terminou com ele no dia 31 de dezembro de 2006 em sua formatura; um ano depois lá estava ele queimando as fotos dele e da namorada da mesma data. Interpreto como algo que incomodava a alma e lá permanecia agarrado e enfim diria que ele se libertou dessa última lembrança.
Nasce 2008.
No lugar que estávamos pudemos ver uma parte da cidade e sua explosão de fogos... O que já não é mais possível fazer de casa quando a cidade cresce e a altura das casas também.
Horas depois do Nascimento estamos eu e alguns amigos conversando sobre Deus & Satã, Céu & Inferno sob um belo Luar, tentativas de dançar um tango ou forró, cantoria os clássicos bregas das rádios... Efeitos do álcool mais a alegria da virada. Até o momento de estar presente na Aurora de 2008 com os amados amigos e amigas, cantando uns rocks e apreciando um havano (gracias Cirão !!) no “cartão postal” de Araras.
A todos que participaram desse momento e aqueles que estavam distantes desejo um Feliz 2008 e que seja um ano incrível, como a virada que vivenciei.
Não que nos anos anteriores não fosse assim, mas em 2007 foi tudo mais intenso além da força que pensei que tinha, logo, em muitos momentos apenas fiquei paralisado, qualquer ação que tomava parecia inútil e muitas foram. Experimentei certos limites que não sei a sua origem, enquanto outros estão muito claros sua existência.
Foi o ano de ir contra quem sou, foi o ano de descobrir que não sou completo ou fixo como um Deus. Sou humano, flexível, vulnerável, em constante mudança, não há como definir o que sou, não sou feito, sou até minha morte e além dela um ser em formação.
Finda 2007.
A passagem para 2008 foi a melhor de minha vida. Passei-a fora de casa junto com os amigos, como há muitos anos desejava e, até misteriosamente, teve uma cena simbólica. Refiro-me a um amigo cuja namorada terminou com ele no dia 31 de dezembro de 2006 em sua formatura; um ano depois lá estava ele queimando as fotos dele e da namorada da mesma data. Interpreto como algo que incomodava a alma e lá permanecia agarrado e enfim diria que ele se libertou dessa última lembrança.
Nasce 2008.
No lugar que estávamos pudemos ver uma parte da cidade e sua explosão de fogos... O que já não é mais possível fazer de casa quando a cidade cresce e a altura das casas também.
Horas depois do Nascimento estamos eu e alguns amigos conversando sobre Deus & Satã, Céu & Inferno sob um belo Luar, tentativas de dançar um tango ou forró, cantoria os clássicos bregas das rádios... Efeitos do álcool mais a alegria da virada. Até o momento de estar presente na Aurora de 2008 com os amados amigos e amigas, cantando uns rocks e apreciando um havano (gracias Cirão !!) no “cartão postal” de Araras.
A todos que participaram desse momento e aqueles que estavam distantes desejo um Feliz 2008 e que seja um ano incrível, como a virada que vivenciei.
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