terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O Interior (em demorada construção)

Esboço para "Apresentação"

Uma cidade pequena, não adianta querer vê-la com outros olhos
Revela sua pequenez de todos seus ângulos
Mesmo com a intenção, orgulho na verdade, de seus habitantes de fazê-la algo além, como que para longe
Pois nem eles são hipócritas, talvez idiotas, de quererem ela grande
Pequena do jeito mais simples possível
Mesmo com suas atmosfera, forçadamente, enigmática
Ou a pretensão de ser metáfora para alma humana, afinal algumas são crentes demais que são um rebanho
Ovelhas no tédio da grama de cada dia, ou de cada missa

Cada um de seus cidadãos têm medo de viverem uma mentira
Por isso não se entregam à paixão, preferem crer no amor
Não que seja uma verdade à qualquer um que ouse o invocar, mas crêem que é infinitamente nobre que o dito efêmero fogo
Mas vão em frente com o nome dele, seguem formando sua família depois de um bem remunerado bom emprego
Assim é, para eles, o alicerce... Pena que todos acabam se acomodando à sombra da árvore frutífera do quintal
E lá ficam pra sempre... Dizendo amém à essa interminável eternidade longe do círculo de outras existências



"Noites Interiores" (ou ...Interioranas ou ...do Interior) - Fragmentos da parte "Desilusão"

(Garotas do Interior, versão revisada)

Há algum silêncio no interior das garotas
Como camponesas ao vislumbre
Dum príncipe com um cavalo
Algo nos olhares profundos
Que se esconde ao menor toque
Suspiros ocultam mistérios
Cujo prazer é velado
Olhares mistificadores
Paralisantes
Impenetráveis
Destruidores de simples realidades
Imersos em devaneios
Emersos das tradições familiares

(Réquiem das noites)

Não há noites intermináveis
Somente o silêncio das ruas
Não há diversão
Somente prudência
Não há o que se revelar ao luar
Muito menos as fantasias que ninguém ousa
Não nesta noite!
Não estão permitidos os gemidos
Vela-se os prazeres
Em todo o silêncio

(Sem destino)

Eles e elas
Elas ou eles
Todos queriam amar
Na distração de mais um trago
Na ilusão de alguma redenção
Sempre um sonho longe de casa sem rumo
Mas nunca haverá liberdade
Em meio à insanidade (da vida familiar)

2 comentários:

Anônimo disse...

Sabe, Paulo... Eu sou uma interiorana. Interiorana que deu a cara à tapa e foi morar em Porto Alegre, mas sem deixar de ser interiorana.
Não foram poucas as vezes em que me assustei com a capital, em que quis voltar e deixar tudo como fosse. Nós não somos criados p'ra mudar de vida, mudar de rumo nem mudar do 'interior' pra uma 'capital' assim, no mais. Demora p'ra vermos as coisas, demora pra nos acostumarmos. Ao menos foi assim comigo.
A propósito: você escreve maravilhosamente bem. Tenho que te parabenizar!
Beijocas
Adoro-te!





www.lizziepohlmann.com

Anônimo disse...

Cara.... que coisa... Paulo, você já ouviu falar do crescimento do milho? Pois é... você tá mais rápido que isso na sua voz poética...